
Noite passada tive um sonho.
Um sonho que me deixou arrepiada, feliz e aflita ao mesmo tempo.
Um sonho onde eu apareço grávida.
Mas dessa vez foi muito real, e muito estranho.
Eu não aparecia casada, com um marido lindo e feliz por estar grávida.
Já sonhei com isso algumas vezes, e foi até legal, porque eu quero ser mãe um dia.
Mas o sonho da noite passada foi de alguma maneira, diferente.
Eu não era a Amie velha, casada e plena, eu era eu, a Amie do presente, aquela que acabou de fazer dezessete anos.
A Amie confusa, e cheia de coisas da cabeça que nem ela mesma entende ás vezes.
Tipo, Juno.
Mãe adolescente, sabe?
E foi tão estranho, porque eu nunca tinha sentido algo como aquilo.
Eu realmente senti um ser dentro de mim, se movendo, ocupando espaço e dependendo de mim.
Como se o sonho não pudesse ficar mais estranho, eram gêmeos.
Não me pergunte como eu sei, eu simplesmente sabia.
Na família da minha mãe há vários casos de gêmeos, e minha irmãzinha era gêmea também.
Segundo as contas do meu antigo professor de biologia, eu tenho cerca de 35% de chance de ter gêmeos.
Bem, é uma grande chance.
Mas veja bem, embora eu seja pequena, eu costumo suportar bem a dor das coisas.
E naquela hora, eu me senti tão frágil, como se precisasse mesmo ser cuidada.
Eu estava cansada, exausta, e sentia todo meu corpo pesado e dolorido, com aquela barriga enorme, sem saber direito o que fazer, e acho que o que me fez mesmo acordar foi quando senti os bêbes se movendo dentro de mim.
Não doeu, eles não estavam me machucando, mas a sensação de ter duas pessoas de mexendo dentro de mim não era o que eu chamaria de "conforto".
Então acordei, meio atordoada, a manhã toda pensando nisso.
Precisava compartilhar.
Amie.